Texto de opinião: Protocolo de Quioto (texto de Joana Faustino)
“...os recentes relatórios das Nações Unidas que apresentam previsões sombrias sobre o aquecimento do planeta...”; “O aquecimento global já afecta directamente a saúde da população de diversos países...”; “Os países desenvolvidos devem liderar a luta contra as alterações climáticas e contra o aquecimento global, reafirmou hoje...”; “...novo produto para combater o aquecimento global. Trata-se de uma lâmpada do tamanho de uma moeda”,...
Basta procurar por aquecimento global que logo nos aparece uma lista enorme de notícias. Mas, o que é de facto o aquecimento global? A energia emitida pelo Sol é responsável pelo aquecimento do nosso planeta. Parte da energia que a Terra recebe é irradiada sob a forma de radiação infravermelha, sendo absorvida por vapor de água, dióxido de carbono e metano, entre outros gases com efeito de estufa para a atmosfera. Com o aumento da concentração dos poluentes na atmosfera, a atmosfera irá absorver uma maior quantidade de radiação infravermelha, originando uma alteração na temperatura do planeta. Estima-se que a temperatura do nosso planeta tenha aumentado, em média 0.5ºC durante o século XX.
Para alterar tal “rumo”, foi criado um protocolo, designado por Protocolo de Quioto que entrou em vigor, legalmente, a 16 de Fevereiro de 2005. Ratificado por 186 países, este protocolo espera ansiosamente por uma assinatura: a dos Estados Unidos. Os Estados Unidos e a Austrália recusaram-se a assinar o protocolo alegando que a sua presença iria prejudicar bastante a economia do país. Bush, por exemplo, referiu que só apoiava a redução da emissão de gases com efeito de estufa para a atmosfera se fosse através de uma acção voluntária e do efeito de novas tecnologias.
Constituindo um grande passo na luta contra o aquecimento global, este protocolo determina aos países industrializados limites nas suas emissões de gases com efeito de estufa para a atmosfera, que são:
· Dióxido de carbono (CO2)
· Metano (CH4)
· Óxido Nitroso (N2O)
· Hidrocarbonetos fluorados (HFC)
· Hidrocarbonetos perfluorados (PFC)
· Hexafluoreto de enxofre (SF6)
O principal objectivo de Quioto é que cada país diminua, em média, 5% as suas emissões dos gases acima referidos, entre 2008 e 2012. No entanto, países como Portugal, a Espanha e a Irlanda não registaram qualquer progresso desde que ratificaram o protocolo, ao contrário do que acontece na França, na Suécia e no Reino Unido, que já alcançaram os valores pretendidos.
Mas diminuir apenas 5% a emissão de gases não é pouco para resolver um problema tão complicado? Claro que sim, para resolver o problema do aquecimento global, o objectivo principal do protocolo não devia ser reduzir apenas 5% da emissão de gases, mas sim 60%! Para se evitar as piores consequências do aquecimento global, os países que o ratificaram deveriam reduzir, no mínimo, 60% as suas emissões. Se Portugal não consegue alcançar os 5% a que se propôs, como seria possível diminuir os tais 60%?
Há muita coisa, como é óbvio, que ainda está para ser feita. Contudo, algumas já começaram a dar sinais, como o recursos a energia renováveis (já nos são muito familiares, por exemplo, os moinhos eólicos), os biocombustíveis foram isentos de imposto, foram introduzidas portagens nas SCUT,... É certo que já estamos a tentar resolver o problema, mas isto ainda é só o início. Portugal, para reduzir as 18.9 milhões de toneladas de CO2 a que se propôs reduzir até 2010, precisa de muito mais. Mas a culpa não é só do governo, dos políticos que estão a fazer uma má gestão dos nossos recursos, das nossas capacidades. A culpa também é nossa, cidadãos. Este é um problema que deve ser resolvido com a máxima urgência, pois é o nosso planeta que está em risco. Se ele nos dá tanta coisa, que tal lutarmos um pouco mais por ele?
0 Comments:
Post a Comment
<< Home