(texto de opinião de Ana Rita)
Antigamente, a engenharia genética preocupava-se maioritariamente com a produção de substâncias de uso farmacêutico, como a insulina, através da modificação genética de microrganismos.
Com o desenvolvimento da engenharia genética vários estudos e trabalhos científicos demonstraram avanços significativos na manipulação do material genético de plantas e outros seres vivos. Como consequência, começou a produzir-se os alimentos transgénicos, sendo estes, produtos geneticamente modificados, em que um gene de um organismo é inserido noutro, de modo a transmitir-lhe uma propriedade especifica.
As vantagens dos alimentos transgénicos são inúmeras, por exemplo:
* produção mais económica e ecológica, podendo, por exemplo, reduzir-se o uso de pesticidas prejudiciais para o ambiente criando plantas mais resistentes ou que criem elas próprias toxinas nocivas aos seus predadores naturais;
*melhoria do valor nutricional dos alimentos;
*optimização de plantações em terrenos pouco férteis ( por exemplo, terrenos áridos) ajudando assim, a combater a fome em países com estas condições;
*produção de alimentos com melhor tempo de conservação e inocuidade, ou seja, alimentos que se deteriorem mais lentamente e com uma maior resistência a bactérias.
No entanto, a existência de riscos associados aos alimentos trangénicos tem sido questionado, gerando grandes discussões a nível mundial.
É preocupante, por exemplo, o aumento dos efeitos de substâncias tóxicas naturalmente presentes nas plantas que tenham o seu material genético manipulado; o aumento das alergias alimentares, por se tratar de novas proteínas ou novos compostos; a possibilidade de se causar resistência bacteriana a antibióticos, pelo uso de genes marcadores na construção do organismo geneticamente modificado que podem conferir àqueles micróbios resistência a antibióticos; o aumento de resíduos de tóxicos nos alimentos e nas águas de abastecimento, pelo uso em muito maior quantidade dessas substâncias em plantas resistentes às mesmas; além de uma série de graves danos ambientais que indirectamente comprometerão a inocuidade dos alimentos.
Na minha opinião, não concordo com o consumo de alimentos transgénicos enquanto não houver estudos que demonstrem se estes, são ou não benéficos para a saúde e devem ser evitados como medida de precaução. Para tal, têm de ser devidamente rotulados para o cidadão saber quais são alimentos transgénicos e poder exercer a sua escolha.
Enquanto as empresas não garantirem a segurança e a qualidade relativamente a estes alimentos, deve-se evitar a sua compra e o seu consumo.
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