Saturday, May 26, 2007

Texto de opinião : Protocolo de Quito (texto de Nádia Santos)

As Alterações Climáticas e o Protocolo de Quioto

Desde que existem humanos à face da Terra que temos afectado o meio ambiente à nossa volta. A presença do Homem na natureza distingue-se da dos outros animais pela capacidade de alterar o espaço à sua volta. O Mundo, tal como, o conhecemos hoje, é resultado de milhares de anos de evolução do pensamento do Homo Sapiens Sapiens.

Esta alteração passou a verificar-se com o início da Revolução Industrial em 1750. Com esta revolução iniciou-se a produção em massa de bens de consumo em grandes unidades industriais, com recurso a máquinas a carvão, e mais tarde a petróleo, gás natural e electricidade. Deste modo, a par do desenvolvimento da tecnologia, a produção de bens de consumo ficou muito mais facilitada.

Quanto mais produzimos e consumimos, mais afectamos o meio ambiente à nossa volta. Pela primeira vez, temos testemunhado sinais claros da nossa influência no ambiente de todo o planeta, estamos assim a criar problemas ambientais que não são apenas locais, mais sim globais!

Um dos grandes problemas ambientais à escala global prende-se com as alterações climáticas induzidas pelo Homem, também conhecido por aquecimento global. Estamos a alterar o clima terrestre através da emissão dos chamados gases de efeito de estufa (GEE). A principal causas destas emissões é devido à rápida intensificação da utilização dos combustíveis fósseis desde o início da Revolução Industrial, tal como, referi anteriormente. O aquecimento da terra tem vindo a provocar uma série de distúrbios no clima e na natureza, como ciclones e calor excessivo no sul do país, que não são mais do que anomalias que modificam o processo e os modelos de circulação do ar. Muitas vezes o aquecimento global é confundido com efeito de estufa. Embora relacionados, tratam-se de fenómenos diferentes, o efeito de estufa é um processo natural, sem o qual a vida no planeta estaria comprometida.

Com o objectivo de evitar a destruição do planeta, é então que se elabora um plano estratégico, o chamado Protocolo de Quioto. Este protocolo visa reduzir uma média de 5,2% das emissões da atmosfera dos seis principais gases que provocam o efeito de estufa, principalmente o dióxido de carbono, no período de 2008 a 2012. Quioto foi ratificado em 2005 por 141 países, incluindo 34 industrializados, mas apenas 30 países industrializados estão sujeitos a essas metas de redução de emissões.

O acordo é destinado principalmente aos países industrializados, uma vez que são eles os mais emissores de gases poluentes para a atmosfera. A redução imposta foi de 5,2%, mas para evitar as piores consequências das mudanças climáticas, seria preciso uma redução de cerca de 60% das emissões.

Perante esta afirmação, uma série de criticas foram apresentadas, pois o protocolo poderá ter pouco impacto no clima, uma vez que os EUA se recusam a assinar o Protocolo. Outros, dizem que apesar de falhas, o protocolo é importante porque estabelece linhas gerais para futuras negociações sobre o clima. Defensores do Protocolo dizem ainda que o tratado fez com que vários países transformassem em lei a meta de reduções e que, sem o protocolo, políticos e empresas teriam dificuldades ainda maiores para implementar medidas ecológicas. Mas as metas implantadas só poderão ser atingidas quando o Homem “gerenciar” o clima por meio de mudanças no seu comportamento, só assim é que um dia conseguiremos assegurar o planeta e as gerações futuras.

E os EUA, porque não quiseram assinar o Protocolo?

Os EUA desistiram do tratado, declarando que o pacto era caro demais e excluía de maneira injusta os países em desenvolvimento, uma vez que estes podiam por opção própria decidir se queriam ou não reduzir as suas emissões. Visto tratarem-se de países ainda em desenvolvimento, os processos de redução da emissão de gases poluentes iria envolver elevados custos, o que iria afectar a coesão económica destes países, como tal, o protocolo acabou por incidir apenas sobre os países mais ricos, não penalizando deste modo os países da União Europeia, que são os que menos poluem.

O actual presidente americano, George W. Bush, declarou a ausência de provas de que o aquecimento global estaria relacionado à poluição industrial. Argumenta ainda que os cortes das emissões provocariam a economia do país, altamente dependente de combustíveis fósseis. Em vez de reduzir emissões, os EUA preferiram optar por um caminho alternativo e apostar no desenvolvimento de tecnologias menos poluentes. Agora eu pergunto-vos, o que é prioridade, a economia ou a luta pela sobrevivência de um planeta?? De facto, Bush está a esquecer-se de que sem planeta, não haverá economia, portanto a primeira coisa a fazer é comprometer o futuro, e só depois fará sentido falarmos em economia.

Dentro de 100 anos, se os níveis de emissão de gases do efeito de estufa não forem contabilizados, 60% da costa costeira desaparecerá pelo aumento dos níveis dos mares e oceanos. A temperatura da Terra tem aumentado consideravelmente, e por isso, prevêem-se que as regiões do globo estarão de 1,7 a 2,7 graus mais quentes, o que significaria tempestades mais frequentes e violentas, novas regiões desérticas, maior incidência de doenças respiratórias, invasões de insectos, surtos incontroláveis de doenças, entre outros.

Na minha opinião, o Protocolo de Quioto veio mostrar que é possível reduzir as emissões dos gases que causam o aumento do efeito de estufa e o aquecimento global sem diminuir a qualidade de vida de cada habitante do planeta. É apenas o primeiro passo para evitar o aquecimento da terra, mas acredito que sem este impulso, de certeza que não se chegaria a lado algum. Essa primeira iniciativa demonstrará a viabilidade de reduzir as emissões e propiciar que se desenvolvam tecnologias mais limpas para a produção de energia, como tal, é cada vez mais necessário recorrer às energias renováveis de modo a se conseguir garantir a vida das futuras gerações.

Passar da vontade à acção é o que devemos fazer!

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